Todo mundo já teve uma verruga na vida. Uns trataram, outros ainda acham que tem uma pinta, outros se desesperam, mas afinal, o que são as verrugas?
Verrugas são proliferações benignas na pele causadas pelo papilomavírus humano (HPV). Sim, você leu corretamente, o conhecido e temido HPV.
As verrugas acometem as camadas superficiais da pele e caracterizam-se pelo crescimento anômalo de células da epiderme.
A transmissão do vírus causador ocorre pelo contato com pessoas ou objetos infectados pelo HPV. Basta uma pequena lesão na pele para que ocorra a transmissão do HPV. Além do contato, existe, também, a transmissão pelo contato sexual e pela via materno fetal.
Como ocorre em muitas doenças virais, a baixa imunidade favorece o aparecimento da verruga.
De acordo com os livros de prática médica, a maior incidência da doença é verificada em adolescentes, entre 12 e 16 anos. Mas, na prática, isto não acontece. Há bebês, crianças, adultos e idosos com múltiplas lesões o tempo todo, no dia-a-dia do consultório médico do dermatologista.
Após o contato com o vírus as lesões podem demorar semanas a meses aparecerem. É muito comum, por exemplo, que o paciente chegue ao consultório com 2 ou 3 verrugas, façamos o procedimento médico adequado para eliminá-las e dias depois retorne alegando que as verrugas voltaram ou que o procedimento foi inadequado. Em verdade, o vírus continua presente e existe a possibilidade dele se manifestar novamente em outros locais ou nos mesmos locais anteriores.
Os sintomas
Dependendo do local acometido a verruga pode variar o seu aspecto. Na maior parte, as verrugas aparecem sem qualquer outro sintoma. Ocasionalmente, pode ocorrer sangramento ou dor.
Existem variados tipos, porém, de verrugas:
Verruga vulgar: é o tipo mais comum. Geralmente caracteriza-se por uma pápula irregular, endurecida e áspera. As lesões podem ser única ou agrupadas e são frequentemente encontradas em áreas sujeitas a maior trauma.
Verruga filiforme: apresentam-se de forma fina e alongadas, em geral isolada ou pouco numerosas. Mais comum na face, pescoço, pálpebras e lábios, com incidência maior em pessoas mais velhas.
Verrugas planas: caracterizam-se por serem lesões papulosas e pequenas (bolinhas), de coloração acastanhada e de, no máximo, 5 mm de diâmetro. A principal característica é uma superfície plana. Com maior frequência na face e dorso das mãos dos adolescentes.
Verruga plantar: como o nome já diz, trata-se de verruga localizada na planta dos pés, razão pela qual é confundida, muitas vezes, com os calos. Esta lesão é a que mais provoca dor, pois o peso e a pressão que o corpo exerce sobre ela obriga seu crescimento para dentro da planta do pé. Esta verruga possui pequenos pontos escuros no centro da lesão, o que lembra um “olho de peixe”, sendo este seu nome popular.
Verrugas anogenitais: apresentam-se como lesões vegetantes, úmidas, isoladas e/ou agrupadas (condiloma acuminado). Podem acometer a mucosa genital feminina e masculina, uretra, vagina, colo do útero, região perianal ou mucosa oral. Existem diferentes subtipos virais envolvidos na infecção genital, estando bem estabelecida a relação entre a infecção genital por alguns subtipos de HPV considerados de alto risco e o câncer genital, principalmente o do colo uterino.
As verrugas podem desaparecer naturalmente, em meses, ou persistir por anos.
Nas crianças, geralmente, não há necessidade de medicação, entretanto, como existe o risco do vírus disseminar para outras pessoas e o surgimento de mais lesões no próprio indivíduo pela autocontaminação, o tratamento é indicado.
Nos adultos, as verrugas raramente desaparecem sem tratamento. Há diferentes terapêuticas que levam à eliminação ou à remoção das lesões. Pode ser recomendado tanto o uso de medicamento tópico, quanto a realização de procedimento cirúrgico. Para cada tipo de verruga um ou mais tratamento são indicados. Somente o médico dermatologista é capaz de avaliar e indicar o melhor tratamento.
Um alerta! Muito cuidado com medicamentos vendidos livremente em farmácias que prometem acabam com verrugas. Vou expor apenas dois motivos, dentre muitos, para procurar um médico e não o remédio da propaganda. Primeiro, o que você acha que é verruga pode não ser. Pode ser uma pinta, por exemplo, e, ao usar o produto inadequado, você poderá feri-la e contribuir para uma transformação celular indesejada. Segundo, você pode não conhecer o tipo de verruga e ao aplicar o produto famoso o resultado não será obtido, podendo ganhar queimaduras e lesões que precisarão de acompanhamento médico.
As verrugas anogenitais, por sua vez, apresentam maior complexidade de tratamento, havendo maior necessidade de procedimentos combinados para retirada das lesões. Com o risco de provocar câncer, esse tipo de verruga requer muita atenção.
Prevenir o aparecimento de verrugas na pele é tarefa impossível. Não há como identificar previamente quem está acometido pelo vírus e no que esta pessoa tocou.
O que existe, até o momento, é uma vacina preventiva para evitar que o HPV evolua para um câncer genital, nos casos de infecções genitais. Trata-se de vacina cuja eficácia é maior se aplicada antes do início da vida sexual, indicada a partir dos 9 anos nas meninas e a partir de 12 anos nos meninos.